terça-feira, 14 de agosto de 2012

dry wall


O arquiteto Fabricio Angelelli fala das vantagens e mitos e tira dúvidas sobre as paredes de gesso
Uma das soluções técnicas que mas suscita dúvidas nos clientes é a utilização de paredes de gesso (ou também conhecidas como paredes drywall). Apesar de ainda ser visto como novidade aqui no Brasil é uma técnica já utilizada a quase cem anos em países como Estados Unidos e Japão. Esta solução técnica está cada vez mais sendo utilizada em razão da sua praticidade e economia, tanto em construções novas quanto em reformas.
O que é?
O nome em inglês (dry = seco wall = parede) resume bem o diferencial da parede de gesso: é uma parede feita a seco (ou seja, não se utiliza argamassa – cimento, areia, etc) resultando numa obra mais limpa e rápida. Na verdade o que chamamos de parede de gesso é um sistema construtivo composto pelas seguintes partes:
Perfis Metálicos
Eles formam o “esqueleto” da parede, estes perfis são responsáveis pela estrutura e sustentação da parede.
Placas de Gesso Acartonado
São placas compostas de um núcleo de gesso revestido com duas lâminas de cartão duplex (parece uma bolacha recheada). Eles tem a função de fazer o fechamento, como se fosse a “pele” da parede.
Isolamentos
Geralmente feitos com lã mineral (vidro ou rocha), são opcionais que melhoram o isolamento acústico e/ou térmico da parede quando necessário. Esse isolamento é feito na parte interna da parede não alterando o aspecto final acabado.
Quando Usar
Basicamente a parede de gesso pode ser usada para se fazer qualquer parede interna com alguns cuidados básicos:
- a parede não pode ter nenhuma função estrutural em relação ao edifício (por exemplo uma parede em drywall não pode ser usada para sustentar uma laje ou cobertura).
- para áreas molhadas (banheiros, cozinhas) deve-se usar placas especiais que são resistentes à umidade (placas RU ou mais conhecidas como drywall verde).
Vantagens
- rapidez de montagem: enquanto numa parede convencional é preciso trazer os tijolos e cimento, preparar a massa, bater os níveis e assentar fiada por fiada, na parede drywall é feito a montagem da estrutura de perfis, a fixação das placas e o acabamento das juntas.
- menor espessura: enquanto uma parede “padrão” de alvenaria tem 15cm de espessura podemos fazer paredes em drywall com espessuras de 8cm
- passagens elétricas e hidráulicas: todos conduítes e canos ficam no espaço interno entre as placas da parede não sendo necessário “rasgar” a parede para passagens elétricas e hidráulicas
- flexibilidade: por não ser uma parede sólida podemos facilmente criar nichos, desníveis e até paredes curvas aproveitando o máximo possível de espaço interno, além de ser bem mais fácil a demolição e/ou desmontagem.
Mitos
“Não é possível pendurar nada em paredes drywall”.
Na verdade depende muito do que será pendurado na parede. Objetos leves como quadros podem ser pendurados sem problemas, sendo apenas necessário uso de buchas específicas (bucha oca ou de drywall). Para objetos mais pesados (armários, televisões) é necessário um reforço interno nas paredes para aguentar a carga e muitas vezes mais pontos de fixação para distribuir a carga.
“Não é possível utilizar revestimentos cerâmicos, pastilhas, etc”.
O assentamento de revestimentos é feito da mesma forma que em paredes de alvenaria sendo necessário apenas massa específica para drywall.
“O isolamento acústico não é bom”.
Sem tratamento algum a parede dywall apresenta um isolamento acústico semelhante ao da parede de alvenaria, pois o interior oco do drywall funciona como um colchão de ar que ajuda a atenuar o som.
Para usos específicos que necessitam de maior isolamento acústico (por exemplo paredes de home theaters, consultórios, etc) utiliza-se isolamento com lã mineral interno as paredes.
Como última dica recomendamos sempre contratar mão de obra especializada para a execução de paredes de gesso (apesar de parecer um sistema simples existem vários detalhes técnicos que tem que ser corretamento executados para garantir a qualidade da parede).
Arquiteto formado pela FAUUSP e sócio do escritório Moulage Arquitetos (www.moulagearquitetos.com.br).

Nenhum comentário:

Postar um comentário